Para que não haja novos blecautes

Para que não haja novos blecautes

*Amilcar Guerreiro

Coberto de razão, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o blecaute que ocorreu no Amapá é uma situação inadmissível.

Medidas emergenciais estão sendo implementadas sob a coordenação do ministério visando ao restabelecimento do fornecimento pleno de energia aos cidadãos amapaenses. Mas, é preciso se preparar para o futuro, para evitar que situações como essa, porque inadmissíveis, voltem a ocorrer. E o segmento de pesquisa, desenvolvimento e inovação pode contribuir decisivamente para tal. Se os sinistros não são totalmente evitáveis, seus efeitos podem e devem ser minimizados.

Para além das providências já determinadas pelo ministro com relação à revisão do planejamento da topologia do sistema que abastece aquele estado, buscando a identificação dos elementos que devem ser adicionados à rede para ampliar a resiliência do sistema elétrico local, outras medidas podem e devem ser implementadas.

É claro que será fundamental identificar a causa ou as causas que levaram ao sinistro, conhecer as especificações desses transformadores e o histórico dos ensaios previstos nas normas técnicas, assim como realizar perícia nesses equipamentos.

Caso a falha seja associada às condições climáticas, estudos baseados em simulação dos fenômenos provocados por descargas atmosféricas, principalmente os de sobretensão e seus efeitos nos equipamentos, serão importantes para a proposição de medidas mitigadoras no caso da repetição da ocorrência.

Contudo, qualquer que seja a causa, a avaliação mais precisa das manifestações elétricas oriundas da súbita alteração da condições normais de operação dos elementos do sistema, em especial nos transformadores, possibilitará o acompanhamento do desempenho dos equipamentos e a detecção de alterações que, se diagnosticadas ou percebidas a tempo, permitirão acionar alarmes inteligentes, os quais sinalizarão, previamente ao sinistro, ações e manobras para mitigar seus efeitos.

Restabelecida a normalidade do fornecimento, será de todo conveniente realizar medições e ensaios, que fornecerão informações relevantes para orientar os programas de manutenção, assim como para maximizar a disponibilidade dos equipamentos e, principalmente, seu desempenho em situações de risco.

Em uma visão em perspectiva, é recomendável instalar um sistema de gestão de ativos inovador, que possibilite verificar as condições internas dos equipamentos e ofereça informações fundamentais para a previsão de possíveis falhas em operação, criando, desse modo, condições para ações preventivas.

O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL tem longa tradição em dar suporte nessas situações, seja nas avaliações, inclusive periciais, seja no fornecimento de soluções para gestão dos ativos em operação nas subestações que controlam o suprimento de energia a uma determinada região.

Entre as subestações mais importantes que operam com sistemas supervisores oferecidos pelo CEPEL destacam-se as dos sistemas de transmissão em corrente contínua (Itaipu, Belo Monte e Madeira) e as de suprimentos a capitais e grandes centros. Hoje, por exemplo, sistemas desenvolvidos pelo CEPEL atuam no acompanhamento de parâmetros associados ao desempenho de mais de 2.300 transformadores de potência operados pelas empresas Eletrobras, o que corresponde a cerca de 20% do número de transformadores instalados no sistema interligado nacional.

É o segmento de P&D+I oferecendo soluções de interesse do sistema elétrico nacional e do país.

*Amilcar Guerreiro é diretor-geral do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL e ex-diretor da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e ex-secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia – MME

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