Foi realizado, na tarde do dia 26 de agosto, via MS Teams, o Demoday da II Olimpíada Nacional de Inovação das Empresas Eletrobras. O objetivo do evento foi classificar os seis projetos inovadores mais relevantes da competição, iniciada em 16 de agosto com uma intensa semana de aprendizado, identificação de oportunidades, ideação de soluções e desenvolvimento de propostas (Saiba Mais). No total, 12 projetos disputaram a fase final da competição. Os projetos Connect-EE e CotAqui, que contam com integrantes do Cepel, classificaram-se em segundo e terceiro lugares respectivamente.
Os projetos foram apresentados em pitchs por representantes dos projetos e escolhidos em tempo real pela banca de jurados (70% de peso) e pelo público em geral (30% de peso). Os critérios para avaliação foram: a clareza do problema, o encaixe entre a solução proposta e o problema apresentado, além do impacto do projeto mínimo viável proposto e sua possibilidade de escala.
Na abertura, Pedro Brito, diretor de Gestão Corporativa de Furnas, destacou: “Nunca precisamos tanto no país de inovação como agora, pelo momento que o setor está passando. Acredito que temos a oportunidade de participar de um acontecimento grandioso”.
Em depoimento gravado, o diretor-geral do Cepel, Amilcar Guerreiro, também ressaltou a relevância do tema na atualidade: “A mensagem que quero deixar é simples e direta: inovação é um elemento fundamental nas organizações modernas. No caso do Sistema Eletrobras, é também um elemento de sinergia entre as empresas. Este evento ajuda a desenvolver uma cultura inovadora, que é essencial para enfrentar e superar, com sucesso, os desafios que se apresentam em face das mudanças no setor elétrico, em especial as mudanças de natureza tecnológica”.
Gerente de Educação, Desenvolvimento e Inovação Corporativa de Furnas, Thiago Peixoto afirmou estar bastante satisfeito com os resultados da Olimpíada. “A garra de todos os participantes mostra bastante o espírito de inovação, justamente em um evento pioneiro em escala nacional. (…) A Olimpíada é, sobretudo, um programa de desenvolvimento organizacional que tem como objetivo estimular o intraempreendedorismo e a inovação aberta através dos participantes”.
Também participaram da abertura do evento, por meio de depoimentos gravados: Adriano Soares da Costa (diretor de Gestão Corporativa da CHESF), Wanderley Uchoa (diretor de Gestão Corporativa da Eletronorte), Luiz Augusto Figueira (diretor de Gestão Corporativa e Sustentabilidade da Eletrobras) e Leonam Guimarães (diretor-presidente da Eletronuclear).
Inovar está na essência do Cepel
O diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Cepel, Maurício Barreto Lisboa, destacou o caráter inovador do trabalho do Cepel ao longo dos anos e a importância de um evento como a Olimpíada: “Inovar está no DNA do Cepel e temos buscado ao longo dos anos de existência introduzir novidades ou aperfeiçoamentos no ambiente produtivo, resultando em novos produtos, processos e serviços, e quando verificamos, em um excelente evento como esse, pelo segundo ano consecutivo, equipes lideradas e compostas por nossos colaboradores se posicionando nos primeiros lugares de tão acirradas disputas com profissionais de alto nível, temos a certeza de que continuaremos cumprindo a nossa missão por muito tempo”.
Integrante da banca de jurados, o pesquisador do Cepel André Tomaz de Carvalho, também comenta a respeito: “Fiquei muito bem impressionado com a apresentação dos projetos na Olimpíada. De modo geral, os projetos de inovação propuseram soluções tecnológicas para aprimorar processos em nossas empresas, focando o aumento da eficiência através da transformação digital na Eletrobras. Como sempre, o Cepel teve uma marcante participação, estando em dois projetos classificados para a próxima etapa, quando as soluções propostas serão desenvolvidas”.
“Participar da I Olimpíada Eletrobras de Inovação foi algo transformador na minha carreira, uma experiência única, uma mudança de mindset. Já participar da organização foi uma experiência interessante e desafiadora, que me mostrou quão grandioso é o evento e como há necessidade de grande mobilização e integração das empresas para que aconteça e seja esse sucesso que todos vimos”, pontuou o pesquisador Elber Bendinelli, integrante da comissão técnica desta segunda edição.
Elber complementa: “O Cepel está criando tradição em apresentar bons projetos nas Olimpíadas. Aconteceu na anterior e nessa também. Isso só demonstra o potencial que o Centro tem na construção de ideias inovadoras para as empresas Eletrobras e o setor elétrico, ambiente que conhecemos muito bem. Só tenho a desejar sucesso aos grupos com integrantes do Cepel nas próximas fases, mais extensas e intensas do que essa primeira. O conhecimento disponibilizado pelos facilitadores é muito valioso e, associado ao conhecimento técnico dos pesquisadores do Centro, pode transformar ideias em startups, como foi o nosso caso”.
Connect-EE
Classificado em segundo lugar na Olimpíada (e em primeiro, na avaliação dos jurados), o projeto “Connect-EE” visa ser um hub de soluções inovadoras das empresas Eletrobras. Por meio de entrevistas com dezenas de empregado, a equipe do projeto percebeu que a inovação está, de fato, presente nas empresas Eletrobras, porém de maneira desconectada. Existem várias iniciativas, mas sendo executadas de forma isolada por cada empresa.
Em 2020, foram investidos mais de R$ 470 milhões em inovação. A cada um real investido em P&D+I, o grupo Eletrobras gerou 61 reais em receita líquida. Nesse cenário, o objetivo do projeto é aumentar a geração de receita por meio da inovação. Para isso, é necessário conectar soluções. A plataforma “Connect-EE” possui justamente essa finalidade.
A ferramenta objetiva impulsionar um ecossistema de inovação dentro da Eletrobras. Nela, será possível observar uma vitrine de inovação, com produtos, serviços e soluções, além de uma comunidade virtual com compartilhamento de ideias e soluções, o que possibilitará intercâmbio de conhecimento. Tudo isso, utilizando inteligência artificial para realizar conexões entre problemas e soluções.
Com a plataforma, o grupo espera trazer diversos benefícios para as empresas, mas os mais impactantes são a redução dos custos de contratações de consultorias externas e o investimento cada maior na “prata da casa”, reconhecendo o corpo técnico já existente. Para o Connect-EE ser uma realidade, no entanto, ainda existem alguns desafios pela frente: estabelecer critérios de validação para um problema, definir modelo de gestão da plataforma e determinar como será feita a curadoria dos problemas e soluções.
A equipe conta com a participação de: Ubyratan Fonseca (líder; Chesf), Fernanda Figueiredo (Cepel), Marcelle Marques (Cepel), Claussius Pimentel (Eletrobras holding) e Gervásio Albuquerque (Eletronorte).
Para Fernanda Figueiredo, participar dessa edição das Olimpíadas foi uma experiência marcante. “Imersão de conhecimentos, tomadas de decisão, trocas de experiência com colaboradores de áreas distintas das empresas Eletrobras; tudo isso em apenas uma semana foi bastante desafiador. Passamos por alguns obstáculos, que nos fizeram pensar em desistir da ideia. Reformulamos, estudamos, entrevistamos vários colaboradores. Conseguimos validar nossa solução. E ver o Connect-EE entre as soluções selecionadas foi gratificante demais. Temos ainda muito trabalho pela frente, mas acredito que essa integração das áreas de P&D+I do Grupo Eletrobras possa trazer muitos benefícios e ressaltar a importância do Cepel como referência desse processo”.
Já Marcelle Marques destaca: “As Olimpíadas representaram para mim uma grandiosa oportunidade de aprender na prática como funciona este novo modelo de negócios baseado em startups. Foi uma semana muito intensa, de muito conteúdo e aprendizado em que pudemos perceber a importância de aplicar conceitos de autoconhecimento nas práticas de trabalho em grupo para obter melhores resultados. Não medimos esforços para desenvolver a ideia do grupo e realizar as tarefas necessárias. Ficamos muito felizes com a classificação que tivemos, mas, mesmo antes disso, todos nós já nos sentíamos vitoriosos por termos participado desta incrível oportunidade”.
CotAqui
Liderado pelo pesquisador do Cepel Wagner Lima, o projeto “CotAqui” angariou o terceiro lugar na Olimpíada (e a primeira colocação na avaliação do público). A iniciativa visa otimizar o processo na pesquisa de compras, focando naquilo que realmente importa para o Grupo Eletrobras. Considerando a grandiosidade destas empresas e seu valoroso quadro de colaboradores, o grupo percebeu que se gasta muito tempo pesquisando preços de insumos. Como preço e tempo é dinheiro, a equipe pretende alterar esta dinâmica.
O projeto objetiva estreitar laços entre fornecedores e empresas Eletrobras. Para isso, foi desenvolvida uma plataforma altamente confiável e amigável, que poderá ser acessada por dispositivos móveis e pela web. Ao realizar o cadastro, o empregado receberá as informações necessárias em tempo hábil. Com isso, poderá focar naquilo que realmente importa.
Além disso, a plataforma contará com um banco de dados integrado entre todas as empresas e os fornecedores disponíveis. Sem a ferramenta, costuma-se demorar sete dias realizando pesquisas de preços de insumos. Com seu uso, o tempo cai para dois dias, o que representa 70% de redução de uma prática que não é da finalidade de um pesquisador, por exemplo. A ferramenta também poderá ser integrada ao sistema SAP, o sistema de gestão usado pelas empresas Eletrobras. Além da agilidade da pesquisa de preços, o grupo sugere uma automação plena do sistema, visando otimizar o trabalho.
Os integrantes do projeto são: Wagner Ferreira Lima (líder, Cepel), José Francisco Moreira Pessanha (Cepel), Ana Paula Duarte (Eletronorte), Clebson Alexandre (Eletronorte) e Pedro de Carvalho Barros (Furnas).
Segundo Wagner Lima, o treinamento oferecido na Olimpíada foi um dos mais completos da sua carreira. “Os organizadores conseguiram conciliar os conhecimentos técnicos para o desenvolvimento de startups com estudos de comportamento humano. Um dos resultados que identifico é a criação de produtos inovadores voltados para atender às necessidades do setor elétrico, juntamente com a capacidade de convencer sobre sua importância. Não basta que a ideia seja boa, é preciso validá-la e saber apresentar o seu produto ao público para o seu aceite, a fim de que se tenha o sucesso desejado”.
Wagner acrescenta que a terceira posição no quadro geral representa o engajamento de toda a equipe CotAqui. “Quando se tem pessoas altamente qualificadas, comprometidas e organizadas a favor de um mesmo objetivo, a vitória será unicamente a consequência desse trabalho. Foi uma honra representar o Cepel como líder de um dos projetos vencedores da II Olimpíada de Inovação, ainda mais com tantos outros de altíssimo nível. As expectativas para a próxima fase são as melhores possíveis. Realizar um protótipo que atenda às necessidades de todas as empresas Eletrobras é um desafio enorme. Mas não tenho dúvidas de que o nosso time aprenderá rapidamente como fazer, e o resultado será tão bom quanto o que obtemos na Olimpíada. Aguardem-nos! [rs]”.
José Francisco Pessanha também comenta a respeito da experiência. “Durante a semana da II Olimpíada percorri a jornada do inovador ‘from zero to hero’, desde a concepção da ideia inicial, passando pela validação do problema, validação da solução, elaboração do produto mínimo viável até a apresentação para convencer o público-alvo. Embora a jornada do inovador não seja estranha aos pesquisadores, que constantemente se lançam na busca por soluções para os problemas do setor elétrico, o aprendizado adquirido durante a II Olimpíada aguçou a habilidade para identificar novos problemas e de como transformá-los em oportunidades com o lançamento rápido de soluções efetivas, não totalmente acabadas, mas que são aprimoradas a partir dos feedbacks dos usuários”.
José Francisco acrescenta que a automação dos processos na pesquisa de compras é um problema distante de sua rotina diária de trabalho no Cepel, mas que aprendeu muito com seus colegas de equipe, tendo a oportunidade, inclusive, de explorar assuntos como automação robotizada de processos e aplicativos de processos de negócios. “Após uma semana de intenso trabalho em equipe, e uma disputa acirrada com os demais projetos, foi muito gratificante ter alcançado o terceiro lugar e passar para a próxima fase. A expectativa para as próximas semanas é de que o mínimo produto viável desenvolvido passe pelo estágio de prototipação, quando a inovação proposta passará por um amadurecimento acelerado, para que seja integrado aos processos das empresas Eletrobras”.
Próximas fases
Os três líderes mais bem posicionados no ranking terão a oportunidade de fazer uma visita técnica à sede da Fábrica de Startups do Brasil ou de Lisboa, a depender de orçamento e logística de viagem. Os seis melhores projetos – Monitora, Connect-EE, CotAqui, SEDig, CRIS e INTEGRA+ Voluntariado, em ordem de classificação – receberão, ao todo, aproximadamente, R$500 mil por meio de investimento em desenvolvimento de protótipo tecnológico e modelagem de negócio nos Programas Laboratório de Prototipação e Jornada Empreendedora, ao longo de 40 semanas. Os negócios com potencial de sucesso poderão ser acelerados ou coinvestidos por parceiros das empresas Eletrobras.
Ao todo, foram 75 ideias geradas e 40 horas de atividades, envolvendo soluções inovadoras capitaneadas pelos próprios colaboradores, por meio da identificação de problemas ou oportunidades no ambiente de trabalho.
ANJOEL e Árvore de Dados
O Cepel participou da Olimpíada em outros dois projetos: ANJOEL e Árvore de Dados. O primeiro tinha como princípio básico que boas ideias não devem ser desperdiçadas. A ANJOEL é uma plataforma de conexão entre inovadores e apoiadores, estes chamados de anjos. A plataforma uniria a demanda institucional de projetos de todas as empresas Eletrobras e de inovadores interessados em apoiar tecnicamente estes projetos, reduzindo custos, criando valor e gerando conhecimento, tendo como desdobramento a promoção da cultura de inovação orientada por resultados. Seria, portanto, a conexão de pessoas que querem transformar a sociedade, retirando ideias do papel e tornando-as realidade, propiciando o “Match da Inovação”. A equipe era composta por: Alessandra Rocha (líder, Furnas), Andrés Raul (Eletronorte), Márcio Giannini (Cepel), Marcus Paulo (Eletronorte) e Raquel Rabelo (Eletronorte).
De acordo com Márcio Giannini, a participação na Olimpíada foi intensa e provocativa. “O método se diferencia dos tradicionais modelos de desenvolvimento de produtos e serviços, particularmente voltados à inovação. A cultura da inovação possui relevância crescente nas empresas especialmente num ambiente de acirramento da competição. Ter este alinhamento e construir as condições necessárias para fomentar esta cultura é um grande desafio do Cepel. Tenho certeza que estamos no caminho”, assinala.
Já Árvore de dados buscava uma evolução digital na operação, segurança e sustentabilidade. A proposta da equipe era aproveitar o fato de que todos da operação já têm acesso ao computador para fazer o preenchimento do formulário de maneira totalmente digital (inclusive a parte das assinaturas, através de um sistema de credenciamento). Desta forma, seria possível eliminar a necessidade de um espaço físico para armazenamento e se economizaria papel, através da digitalização de dados, o que permite a integração com outras plataformas digitais (como o SAP). Para isso, o grupo criou um protótipo: um formulário para preenchimentos e assinaturas virtuais. A equipe era composta por: Pedro Vieira (apresentador do pitch, Cepel), Aguinaldo Paulino Fernandes (Eletronuclear), Alan Douglas (Eletronuclear), Felipe Souza Guedes (Eletronuclear) e Rafael Silva dos Santos (Chesf).
“Nesta Olimpíada de Inovação, aprendi que não adianta pensar numa ideia revolucionária, se ela não resolve as dores de alguém. Frequentemente, é mais importante dar uma solução simples e rápida para um problema, com aprimoramentos incrementais, do que tentar uma solução completa que perde o momento e a oportunidade”, considera Pedro Vieira.
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