Supervisores de estagiários e de jovens aprendizes são chamados a se tornarem agentes de proteção contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes
O Cepel participou, no dia 8 de outubro, do bate-papo “Supervisores Na Mão Certa”, promovido pela Fundação Childhood Brasil, no âmbito Projeto Soluções & Ferramentas (Lideranças e Público Interno) do Programa Na Mão Certa, ao qual o Centro aderiu em 2020, em alinhamento ao seu Associado Fundador e principal mantenedor, a Eletrobras. Durante o evento, os supervisores do Centro e das empresas Eletrobras foram informados quanto às responsabilidades das organizações no enfrentamento do abuso sexual contra crianças e adolescentes, bem como sobre os canais de denúncia disponíveis em casos suspeitos. A apresentação foi realizada de forma remota e contou com aproximadamente 130 espectadores.
Logo no início da conversa, a gerente de Programas e Relações Empresariais da Childhood Brasil, Eva Dengler, falou sobre a criação da organização, em 1999, pela rainha Silvia da Suécia. Atualmente, são quatro bases – no Brasil, Estados Unidos, Alemanha e Suécia – atuando em nível global contra a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes.
Eva também apresentou dados que demonstram a dimensão do problema no Brasil: a cada hora, cerca de quatro crianças ou adolescentes são vítimas de violência sexual. Em 51% dos casos, as vítimas possuem entre um e cinco anos de idade. Ainda assim, apenas sete em cada 100 casos são denunciados.
Nesse contexto, Eva destacou a atuação da Childhood, que conta com um compromisso intersetorial, unindo setor público, setor privado e sociedade civil para: prevenção e mitigação de riscos; atendimento e responsabilização; e mobilização e engajamento. Assinalou que o Programa Na Mão Certa tem promovido a união de organizações no enfrentamento do problema, bem como alertado as empresas e suas respectivas lideranças sobre suas responsabilidades em relação a funcionários, estagiários, jovens aprendizes e demais públicos internos. Dentre outros pontos, destacou também o acordo de prevenção de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias brasileiras.
Abuso sexual, exploração sexual e prostituição
Eva diferenciou abuso sexual e exploração sexual. O primeiro ocorre para a satisfação sexual de uma ou mais pessoas mais velhas; pode envolver ameaça ou sedução; geralmente é cometido por pessoa conhecida e pode ocorrer com ou sem contato físico. A segunda acontece quando há o pagamento, que pode ser em dinheiro ou algum benefício, por adulto, para manter alguma forma de relação sexual; é um comércio perverso. Eva acrescentou: “A exploração sexual não é uma escolha para a criança ou adolescente. Exploração sexual é CRIME! “
Ressaltou, também, que exploração sexual não é prostituição. Prostituição é uma profissão reconhecida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), portanto não é crime quando exercida por adulto, sem agenciamento ou facilitação.
O papel dos supervisores
Eva ainda falou sobre a importância dos supervisores, pessoas chave para promover uma cultura de prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes dentro das organizações, e apresentou os canais para agir e denunciar. Em casos de suspeitas, Disque 100; se presenciar ou testemunhar, Disque 191 – Polícia Rodoviária Federal ou Disque 190 – Polícia Militar; e se identificar um caso de violência on-line denuncie no site: Safernet www.safernet.org.br
No final da apresentação, a coordenadora do Programa Na Mão Certa no Cepel, Mércia Surene, destacou cada um dos canais internos existentes no Centro e nas empresas Eletrobras para denúncias e mitigação de riscos: Ouvidoria, Supervisão de Estágio, Gestão de Pessoas e Comissão de Ética. Apresentou os nomes dos ouvidores das empresas e destacou a importância de todos ficarem atentos aos problemas que estão, muitas vezes, bem próximos a nós.