Em novembro, o Cepel participou de uma missão oficial organizada pela Embaixada do Canadá no Brasil. A iniciativa levou representantes de instituições do setor elétrico brasileiro às instalações de empresas e institutos de tecnologia canadenses em Quebec e Montreal, com o objetivo de promover negócios, parcerias comerciais e projetos inovadores. O Centro foi representado por seu diretor de Tecnologia, Maurício Lisboa, e por André Tomaz de Carvalho, chefe do Departamento de Tecnologia em Gestão de Ativos.

O itinerário da missão, promovida pelo Governo Federal do Canadá por meio da Agência de Crédito à Exportação do Canadá – EDC, incluiu visitas a fornecedores de sistemas de Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e outras soluções avançadas; empresas de engenharia e provedores de serviços; startups; universidades e centros de pesquisa e inovação. O Cepel elegeu como foco o contato com empresas provedoras de tecnologia de Indústria 4.0 (I4.0) – como IoT, digital twins, IA e data analytics – para firmar parcerias estratégicas, técnicas e comerciais.
De cerca de 15 empresas visitadas, o Cepel já iniciou discussões com quatro delas com o objetivo de acelerar e aprimorar o desenvolvimento de soluções tecnológicas: “Algumas dessas empresas fornecem soluções abertas em machine learning que poderão ser integradas aos projetos e produtos do Cepel, reduzindo nosso time-to-market, e conferindo maior agilidade nas nossas entregas de valor”, conta Maurício Lisboa.

Além dos temas relacionados à inteligência artificial, outro ponto forte mencionado, também relacionado a I4.0, foram os digital twins. “Particularmente, identificamos oportunidades interessantes para a integração de realidade aumentada nos processos de manutenção e gestão de ativos, e de realidade virtual para treinamento, gestão do conhecimento e capacitação de operadores em metaverso”, explica André Tomaz de Carvalho. Outro aspecto ressaltado pelo pesquisador foi a exploração de tecnologias de geoprocessamento e I.A. aplicadas à gestão da vegetação na manutenção dos corredores de passagem de Linhas de Transmissão. “Nesse caso, a atuação do Cepel seria na tropicalização das soluções contemplando a flora brasileira nas diversas regiões”, afirma.
Por fim, Lisboa destacou ainda que o contato com as instituições e startups de alta tecnologia do Canadá também serviu para uma análise do estado de avanço do Cepel e do país em relação às entidades de mesma natureza que operam no primeiro mundo: “Pudemos identificar que o Brasil está bastante atualizado na parte de desenvolvimento tecnológico que envolve o setor elétrico. A gente está em igualdade de condições com as principais instituições do mundo”. Ele explica que uma vantagem dos canadenses é um modelo que integra, com maior facilidade, especialistas do mundo todo, o que pode aumentar a velocidade de entrega de soluções para atender demandas específicas da realidade brasileira.
Contato com instituições brasileiras
Um efeito adicional da missão foi o contato proporcionado com as demais instituições brasileiras, como ONS, Cemig, Neoenergia e Equatorial Energia. O diretor de Tecnologia do Cepel classificou como “rara” a reunião dos agentes presentes na viagem, uma grande oportunidade de apresentar as atividades do Cepel. Segundo ele, das discussões, surgiu interesse em conhecer mais sobre o Cepel e desenvolver trabalhos em conjunto. “Vamos começar a discutir alguns temas com eles em breve. Inicia-se um relacionamento que, aparentemente, vai ser muito profícuo com essas instituições”, conta Lisboa.