Todo processo de renovação é marcado por etapas. Nos últimos anos, o Cepel deu passos importantes, como a implementação de seu Planejamento Estratégico, a renovação do quadro de colaboradores e a restruturação dos processos de gestão de seus projetos de P&D+I e das soluções e serviços que entrega, que agregam valor a seus clientes e associados, em especial a Eletrobras. 

O marco inicial dessas iniciativas é abril de 2019, quando se deu a nomeação de Amilcar Guerreiro para a posição de diretor-geral do Centro. Agora, Guerreiro transmite o cargo a Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, que assume, a partir de 1º de agosto, a posição de diretor-geral interino, com a responsabilidade de dar continuidade ao processo de transformação do Centro. 

A gestão de Guerreiro foi marcada pelo estreitamento das relações com as empresas e os players do mercado energético, sempre em busca de parcerias estratégicas. Treinamentos, seminários, atualizações do portfólio de produtos e soluções, apoios institucionais e publicações internacionais são os elementos com os quais o Cepel, por meio de seu corpo de colaboradores, tem mantido sua posição como referência em pesquisa, inovação e qualificação técnica. 

Tais avanços podem ser verificados nos Relatórios Anuais, onde são compiladas as informações administrativas e realizações técnicas do Centro a cada ano. A publicação de um relatório de sustentabilidade empresarial não é exigência para instituições da natureza do Cepel. Ainda assim, a Diretoria Executiva tomou, em 2020, a iniciativa de publicar anualmente um documento com indicadores de desempenho do Centro nos aspectos ambientais, sociais e de governança (do inglês “Environmental, Social and Governance – ESG”). 

Em 2020, mesmo com as barreiras geradas pela pandemia de Covid-19, a receita operacional líquida do Cepel foi de R$ 227 milhões, apenas 2,2% menor do que no ano anterior. Guerreiro reforçou a importância da ação dos profissionais do Centro para a obtenção de tais resultados: “Muitas ações emergenciais foram tomadas e, mesmo em meio às incertezas, as equipes do Centro se reinventaram mostrando resiliência e excelência”. Uma dessas ações foi a idealização e início das operações do Escritório de Gestão de Projetos Técnicos. Além do acompanhamento dos projetos, o Escritório atua no alinhamento estratégico entre os interesses e projetos do Cepel e de seus associados de modo a potencializar os resultados positivos. 

Reforçando o compromisso do Cepel em P&D+I, em 2021, foram investidos R$ 187 milhões para projetos de pesquisa e desenvolvimento, serviços tecnológicos, licenciamento de programas, realização de ensaios e gestão de projetos. Sobre esse compromisso, Guerreiro afirma: “Vale destacar a implementação do Laboratório de Smart Grids. A promoção tecnológica que o Centro realiza através da estrutura deste Laboratório é extremamente relevante. O investimento em infraestrutura laboratorial foi um dos focos da nossa gestão; afinal para ser um Centro de referência é necessário estar à frente em tecnologia, pessoal especializado, além de estar atento as demandas do mercado. As características únicas dos laboratórios do Cepel o consolidaram como o maior centro de pesquisas em energia elétrica da América Latina”. 

Encerramento do ciclo 

“O Cepel amadureceu muito o conceito de inovação, compreendendo ser um princípio fundamental na cultura da organização, que sempre busca soluções tecnológicas comprometidas com os temas ambientais, sociais e de governança. A posição de diretor-geral carrega consigo uma grande responsabilidade de planejamento e organização. Nos últimos anos estivemos nessa posição e contamos com o apoio de equipes dedicadas e dispostas a encarar o processo de renovação. O desafio continua, e o Cepel está pronto para encará-lo de frente”, acrescenta o diretor que deixa o cargo. 

Amilcar Guerreiro, engenheiro de produção pela Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tem vasta experiência no setor elétrico marcada por passagens em Furnas, 1985-1997, Eletrobras, 1997-2000, Ministério de Minas e Energia, 2003-2004, e na Empresa de Pesquisa Energética, 2004-2019. Guerreiro sempre atuou ligado as áreas de planejamento e inovação, sendo essa experiência destacada em sua gestão no Cepel. “Em 2022, foram entregues mais de R$ 100 milhões em pesquisa, soluções e projetos de P&D+I à nossa principal mantenedora, a Eletrobras. Tal retorno reafirma a solidez do Centro enquanto organização comprometida com a inovação. Afinal, ações planejadas são executadas, não basta ter expertise e equipamentos se não houver uma visão de futuro para alinhar as demandas e atender aos clientes”. 

Outro legado da gestão de Guerreiro foi a criação do Departamento de Negócios e Inovação, com o intuito de ampliar a presença do Cepel nos mercados de energia e tecnologia, estabelecendo novas parcerias e captando novos recursos, a fim de garantir a sustentabilidade da instituição. Sobre o futuro do Centro, Guerreiro reafirma a confiança na conclusão do planejamento iniciado em sua gestão e destaca a capacidade do Centro em agregar valor aos seus clientes e associados:  

“O processo de transição de gestão não é fácil, os objetivos levam tempo para serem alinhados, porém, hoje, mais do que nunca, o Cepel tem aprendido sobre a importância da flexibilidade, do reposicionamento, da renovação e de ressignificar suas atividades. Não só os laboratórios têm passado pelo processo de modernização, mas as equipes têm buscado o aprimoramento e os resultados já são verificáveis. O padrão de qualidade das atividades do Centro se mantém, e o incentivo a inovação perante os clientes é ainda maior. A missão do Cepel é desenvolver soluções tecnológicas em energia para a sociedade, e ela seguirá sendo cumprida. Por fim, reforço meus votos de sucesso ao Cepel e a todos os seus colaboradores, pois a dedicação e força de cada um é o que faz do Cepel o maior centro de pesquisas em energia elétrica do hemisfério Sul”.  

Próximos passos  

Pedro Luiz de Oliveira Jatobá, engenheiro eletricista pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), entre outros cargos, foi diretor de Geração na Eletrobras e atualmente exerce a presidência do Conselho de Administração da Norte Energia, dona da hidrelétrica de Belo Monte. Jatobá assume o cargo de diretor-geral interino a partir de 1º de agosto. 

Com vasta experiência no setor e no ecossistema das empresas do grupo Eletrobras, onde atua desde 1980, Jatobá traz a visão de valorização das atividades do Cepel alinhadas às demandas do mercado e às expectativas dos associados com o objetivo de agregar valor. 

A escolha de Jatobá para o período de transição entre gestões sinaliza o interesse da Eletrobras, fundadora e principal mantenedora do Cepel, nos produtos tecnológicos e no potencial do Centro para desenvolvimento de novas soluções para a empresa, dado o novo momento vivido por ela e pelo setor em geral. 

Se a capitalização criou dúvidas sobre o futuro da relação da Eletrobras com o Cepel, as recentes decisões da empresa, no que diz respeito a investimentos em tecnologia e inovação, indicam que a parceria tem tudo para ser ainda mais profícua.