DECOMP: Modelo de Planejamento de Curto Prazo da Operação de Sistemas Hidrotérmicos Interligados
Ferramenta oficial do setor elétrico brasileiro utilizada no auxílio ao despacho energético e formação de preços
Sistemas com alta capacidade de geração hidrelétrica utilizam a energia armazenada nos reservatórios para gerar eletricidade com baixos custos e alta confiabilidade. Mas a disponibilidade de energia hidroelétrica é limitada pelas capacidades de armazenamento dos reservatórios e pelas vazões afluentes, as quais têm comportamento estocástico. Devido ao porte e à complexidade do problema, que se torna maior com o maior grau de penetração das fontes intermitentes – como as usinas eólicas e solares -, a solução para a operação ótima do sistema é obtida em etapas, por meio de modelos de médio prazo (até 5 anos), curto prazo (até 12 meses, com discretização mensal e semanal) e programação diária.
O DECOMP é um modelo computacional de otimização, voltado ao planejamento da operação energética de curto prazo de sistemas hidrotermo-eólicos. Ele é capaz de realizar um refinamento da política operativa construída pelo modelo de médio prazo (NEWAVE), considerando aspectos mais detalhados das usinas hidrelétricas, termelétricas e do sistema de transmissão. A consideração da incerteza nas afluências e a aversão ao risco garantem um despacho robusto e, como consequência, a obtenção da política operativa mais adequada para a programação diária da operação do sistema.
Despacho econômico e comercialização de energia no mercado de curto prazo
O modelo DECOMP é utilizado oficialmente no setor elétrico brasileiro tanto pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) quanto pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), na definição da Programação Mensal da Operação e na definição do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) que gerem o despacho e a comercialização de curto prazo de energia no país. Sua utilização também está presente em estudos para prospecção de preços no mercado de curto prazo e na avaliação da garantia de suprimentos até dois anos à frente, mediante cenários críticos.
Figura 1. Volumes de espera associados a diferentes tempos de retornos (risco de cheias)
Aderência à realidade do despacho de curto prazo
O modelo DECOMP considera intervalos semanais e mensais para o despacho e afluências estocásticas. O detalhamento individualizado das usinas hidroelétricas – tanto na representação do consumo e defluência de água em sua cascata, quanto na modelagem da geração através de função não linear de alta acurácia que considera a variação da produtividade com a altura de queda líquida – garante aderência à realidade do despacho de curto prazo. O modelo também considera intercâmbios de energia entre submercados e restrições elétricas internas a estes mercados, representando a demanda em patamares de diferentes durações.
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