O programa FLUPOT foi desenvolvido pelo Cepel com o objetivo de disponibilizar resultados mais eficientes, inclusive para casos não convergentes ou divergentes em Fluxo de Potência. O método de pontos interiores primal-dual utilizado no programa FLUPOT resolve uma matriz hessiana estendida, incluindo as variáveis de controle, de estado e restrições especiais, sendo capaz de resolver redes bastante estressadas em que a matriz jacobiana de fluxo de potência convencional é singular.

Atualmente, na interface do FLUPOT, se encontram implementadas as Restrições de Segurança, função onde é possível definir um conjunto de contingências que serão levadas em consideração pelo programa. Uma vez definidas as contingências, deve ser selecionado qual tipo de estudo será feito: modo preventivo, modo corretivo ou intermediário. No modo de estudo preventivo, o programa fornece uma solução adequada tanto para o caso base, quanto para as contingências, sem que nenhum controle precise ser alterado do caso base para as contingências. No modo de estudo corretivo, o programa fornece uma solução adequada para o caso base, além da variação necessária dos controles para que o sistema sobreviva a cada contingência. Neste último caso, o programa considera que todos os controles podem ser otimizados do caso base para as contingências. Existe ainda uma opção intermediária em que alguns controles ficam no modo preventivo e os outros, no corretivo.

Devido à flexibilidade na escolha da função objetivo, dos controles e das restrições a serem consideradas, o programa FLUPOT tem sido utilizado em várias aplicações no Sistema Interligado Nacional – SIN. Atualmente, o ONS, entre outras atribuições, executa o Plano de Ampliação e Reforços (PAR), sendo o programa FLUPOT oficialmente utilizado como uma ferramenta computacional para estudos elétricos.

No PAR, o programa FLUPOT é amplamente utilizado para determinar Limites Máximos de Intercâmbio entre regiões do SIN. Para que isso seja calculado, utiliza-se a função objetivo de Máxima Transferência de Potência Ativa para um conjunto de circuitos predefinidos. Essa função de Máxima Transferência é utilizada em conjunto com a função de Mínima Alocação de Fontes de Potência Reativa. Enquanto uma função objetivo maximiza o intercâmbio, a outra função minimiza a alocação de reativos para ajustar as tensões de todo o sistema, viabilizando o caso.

O programa FLUPOT também é muito utilizado nos estudos iniciais da rede, por meio da função objetivo de Mínima Alocação de Shunt Reativo, com a finalidade de ajustar os controles de reativo e manter as tensões nos limites especificados.

A EPE também utiliza o programa FLUPOT, por meio da função objetivo de Controle de Tensão em que as tensões de todas as barras do sistema são ajustadas dentro dos limites preestabelecidos utilizando os recursos de reativos. Caso isso não seja suficiente, o programa indica quais barras selecionadas terão seus limites relaxados.