O programa ANAFIN vem sendo desenvolvido e aprimorado pelo Cepel com o objetivo de apoiar a decisão de investimento em projetos de geração e transmissão (G&T) de energia elétrica, endereçando de forma adequada o tratamento das incertezas associadas. Atualmente, o programa está estruturado para avaliar e/ou acompanhar a viabilidade econômica das principais tecnologias de geração utilizadas no setor elétrico brasileiro, ou seja, empreendimentos de natureza eólica, solar fotovoltaica, hidroelétrica e termoelétrica de diferentes fontes, como o gás natural, carvão, óleo e biomassa.
Em geral, a análise da viabilidade econômica de um projeto é baseada na estimativa dos seus fluxos de caixa futuros, normalmente realizada com base em previsões ou diferentes cenários de realização para as variáveis de maior impacto. O modelo ANAFIN possui dois módulos para a análise de projetos de G&T: o módulo determinístico e o módulo probabilístico ou de risco.
Análise Determinística
Utilizando o módulo determinístico, a análise do fluxo de caixa é feita a partir de valores representativos das variáveis envolvidas no estudo, o que leva à determinação de um único cenário de fluxo de caixa, e, consequentemente, aos diversos indicadores de viabilidade associados. Os principais indicadores calculados pelo programa ANAFIN são:
Figura 1 – Exemplos de Resultados Exportados em Planilhas Excel – Síntese dos Resultados com os Indicadores de Viabilidade (esquerda) e DRE (direita)
Cabe ao usuário informar as premissas técnicas, econômicas e financeiras do projeto, como sua potência instalada, fator de capacidade, dados contratuais, curva de investimento, despesas operacionais, condições de financiamento, entre outras. Considerando que a maior parte das variáveis envolvidas em uma análise econômica não pode ser estimada com 100% de certeza, o módulo determinístico do modelo ANAFIN permite que as incertezas associadas sejam tratadas de duas diferentes maneiras: (i) através de análises de sensibilidade e (ii) através de análises de cenário das variáveis de maior impacto. Pelo uso de algum desses métodos, é possível separar intervalos de valores que definem a rejeição ou aceitação do projeto para um conjunto de variáveis de interesse.
Figura 2 – Resultado da Análise Tornado (esquerda) e da Análise de Sensibilidade em Relação ao Custo do Capital do Investidor (direita)
Análise Probabilística
Por outro lado, utilizando o módulo probabilístico, as incertezas associadas à aleatoriedade do preço da energia elétrica no mercado à vista e à geração do empreendimento podem ser consideradas de forma explícita, seja através da interação do modelo ANAFIN com a cadeia de modelos energéticos desenvolvida pelo Cepel , em particular com os modelos NEWAVE e SUISHI, ou através da utilização de técnicas estatísticas de simulação, como a Simulação de Monte Carlo. Neste caso, são obtidos indicadores probabilísticos a respeito da viabilidade econômica do projeto. Entre eles, cabe destacar a Média da Distribuição dos VPLs e a Probabilidade de Não Remuneração do Investimento, ou seja, do projeto ter VPL menor do que zero.
Figura 3 – Tela Inicial das Análises de Risco de Empreendimentos Eólicos (esquerda) e Distribuição de VPLs (direita)
Finalmente, cabe destacar que o programa ANAFIN é desenvolvido com a colaboração das empresas Eletrobras e com a contribuição de instituições de ensino, com as quais o Cepel desenvolve trabalhos de mestrado e de doutorado sobre as metodologias utilizadas pelo programa.