Com o objetivo de ouvir o setor e identificar as necessidades mais urgentes para a adequada representação de novas fontes de energia renovável em operação do Sistema Interligado Nacional (SIN), o Cepel realizou entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro o Workshop “Desafios para o planejamento e operação do sistema frente ao aumento da participação de fontes intermitentes”. O tema é um dos principais na agenda de empresas e instituições setoriais, como Eletrobras, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que marcaram presença no evento.
“O arcabouço tecnológico que temos é extraordinário, mas precisa ser aprimorado constantemente para enfrentar os novos desafios da transição energética. Além de solar e eólica, num contexto muito próximo, teremos baterias, hidrogênio e biocombustíveis que trarão novas dimensões aos já complexos desafios de planejamento e operação do sistema. O planejamento depende da integração dos agentes, da otimização e da diversidade das fontes, visando manter nosso sistema confiável, seguro e eficiente. O objetivo desse workshop é entender as demandas do setor e nos prepararmos para atendê-las”, afirmou Fabiana Teixeira, diretora-geral do Cepel.
O Cepel fez de sua sede na Ilha do Fundão no Rio de Janeiro o ponto de encontro para os debates que permearam temas como desafios e soluções em cenários de alta penetração das novas renováveis. Atualmente, o Centro é o principal provedor de modelos computacionais para simulação e otimização energética e elétrica de sistemas de potência do setor elétrico brasileiro, o que ressalta a importância do Cepel mobilizar debates sobre o futuro do SIN.
Além de representantes nacionais, o Centro trouxe igualmente experiência internacional para enriquecer a discussão por meio de palestrante que apresentou a forma como Europa lida com a questão, como Susana de Graaf, diretora de Operação do Sistema da TenneT, da Holanda, que abordou sobre a experiência europeia com a operação de sistemas complexos. Clique aqui e assista ao 1º dia do Workshop na íntegra.
Sistema nacional garante futuro desafiador e positivo
O Brasil já conta com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. A crescente entrada de novas fontes renováveis no SIN, além de reforçar a liderança brasileira na transição energética mundial, permite a preservação dos níveis de reservatórios das usinas hidrelétricas, fonte ainda predominante na matriz energética e principal provedora de inércia para o SIN. Ao mesmo tempo, a maior utilização de novas renováveis cria desafios técnicos para o planejamento e a operação do SIN, dadas as suas características de intermitência, incerteza intradiária e forte componente sazonal.
Flavio Rodrigo Alves, gerente do Departamento de Sistemas Eletroenergéticos do Cepel e organizador técnico do evento, destacou: “O setor elétrico está no centro da transição energética, que só acontecerá com a evolução do sistema elétrico. Este momento tem sido muito intenso, não apenas com a inserção de renováveis, que já é uma realidade, mas também de avanços tecnológicos sem precedentes. É essencial abraçar as mudanças e continuar desenvolvendo melhorias nos modelos e soluções fornecidas”, citou o organizador. “O Cepel tem capacidade plena para auxiliar essa evolução, aliado aos demais agentes do setor”.
Ao final do evento, uma mesa redonda composta pelos professores Edson Watanabe e Glauco Taranto, pela consultora técnica da EPE, Thaís Pacheco, pelo Diretor de Operação do ONS, Christiano Vieira e pelo gerente do Departamento de Sistemas Eletroenergéticos, Flávio Rodrigo Alves, desenvolveram conclusões sobre o evento. Palavras chaves mencionadas foram “incerteza”, “flexibilidade”, “complexidade” e “regulação”, por exemplo, destacando que os problemas que enfrentamos no Brasil também estão presentes em sistemas de outros países e que o Brasil tem condições de se tornar o protagonista para a solução desses problemas. Clique aqui e assista ao 2º dia do Workshop em nosso canal no YouTube.